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Estava-se em plena primeira Guerra Mundial. Os tempos iam difíceis, mesmo muito maus. Na aldeia havia tristeza – só lá ficaram os velhos, as mulheres, moças casadoiras e crianças, chorando os jovens e robustos camponeses que tinham partido para França onde, juntamente aos Aliados, combatiam a Alemanha. As enxadas foram trocadas pelas armas e as mãos calejadas desses tão bravos em campo de lavoura como em campo de batalha, abandonaram-nas no palheiro, onde os pobres guardavam as poucas e rudimentares ferramentas de trabalho que possuíam. 
 
Parte da tripulação que rumaria a Brest para transportar soldados do Corpo Expedicionário Português, Alberto d´Assumpção é aqui retratado pelo seu próprio bisneto, colega e colaborador do site Portugal 1914, que nos conta a história de como este e outros homens, pertencentes à Marinha Mercante portuguesa, tiveram a possibilidade de ver ainda mais de perto a Guerra, o grande conflito, que afectou a Europa, e para a qual Portugal contribuiu, enviando homens e participando nas acções ao lado dos Aliados. Por vezes trabalhamos memórias de quem não conhecemos. Outras, pertencem ao nosso próprio passado, à nossa memória... E estão assim, bem mais perto de nós. 

Emílio José de Menezes Vasconcelos é ainda hoje recordado pela sua família. Contudo, a sua participação na Grande Guerra só agora começa a ser descoberta. Aos poucos, mais informação surgirá, com a investigação e com o passar do tempo. Esse tempo inclemente que fez com que, até nós, chegasse apenas uma fotografia de Emílio, algumas palavras... E tantas, tantas perguntas!

Esta é uma intrigante história que nos chegou. A de um cabo enfermeiro português na Primeira Guerra Mundial, e que nos recorda de quão pouco sabemos sobre os nossos enfermeiros, enfermeiras e maqueiros. Contudo, sem eles, o Serviço de Saúde do Corpo Expedicionário Português não teria sobrevivido, pois necessitava de todas as suas peças. António Travassos de Almeida era uma delas. 
Existem familias que desconhecem tudo acerca da Grande Guerra. Sabem apenas que tiveram lá um bisavô, um tio-avô afastado, um avô mais ou menos distante. Mas também há aqueles que preservam a memória dos seus, tendo a sorte de saber mais, e procurando pelo que desconhecem, investigando as suas origens. Tal é o caso de Júlio Gamelas Gonçalves, que nos recorda aqui a vida de seus dois familiares, bisavô e tio-bisavô. Com base nas suas próprias palavras relatamos aqui o que sucedeu na vida de dois jovens, que, embora separados pelas experiências, se uniram numa mesma dor: a de quem foi combatente na Primeira Guerra Mundial.

Esta é a história de Júlio e de Sebastião, contada hoje por um dos seus familiares. Esta é a história de muitos de nós.

A guerra é cruel. Disso todos nós sabemos. A Grande Gurra foi particularmente nociva para muitos. São aos milhares, pela Europa, os mutilados, os estropiados, os doentes, feridos e gaseados. Esta é uma história com um final infeliz. Não temos palmas nem glórias, não existiram louvores, apenas um grande sofrimento. Um vazio familiar deixado por um jovem, Francisco Diogo, que sadio partiu para retornar doente, das terras de França. Não suportando as dores do mundo, que o próprio mundo lhe concedeu, Francisco acabaria por cometer suicídio... Esta é apenas uma das histórias que ainda estava por contar. Daqueles que partiram para África ou França, para retornarem perdidos... Perdidos para si e para o mundo. Este é mais um membro dessa geração perdida, como um dia alguém poeticamente a chamou. Esta é a história de Francisco Diogo. 
Esta é uma história vinda de África, do continente tantas vezes esquecido, que é o continente africano, onde alemães e portugueses se encontraram, onde se defrontaram quando nem se falava ainda da presença portuguesa na Grande Guerra. É a história de José Joaquim Fernandes, pai de Manuel Fernandes, e da sua estadia em Angola, naqueles tempos em que Portugal se encontrava numa não – beligerância beligerante, em que se temia a perda das possessões coloniais para esses perigosos europeus, que anos depois seriam cognominados de boche
Durante a Primeira Guerra Mundial o jovem José Alagoinha partiu para França, para cumprir o seu dever. Agora, passados quase 100 anos, o seu bisneto, que com ele conviveu, e do qual se recorda ainda muito bem, deseja relembrar a sua história e memória, contando-nos um pouco da sua história, que ilustramos com objectos sobernos, de um diário a um copo de 1900 em chumbo.
As grandes figuras públicas possuem uma história que reflecte exactamente a vertente pública que possuem ou possuiram, algures no passado. Contudo, os pormenores pessoais, íntimos, encontram-se frequentemente no domínio da esfera familiar. O Contra - Almirante Leote do Rego foi, sem sombra de dúvida, umas das personagens mais influentes dos primórdios da Republica, e conhecida figura na Lisboa e no Portugal da Grande Guerra. Contudo, o que aqui se espelha não é essa parte da história mais conhecida. Seu neto trás até nós os pormenores mais desconhecidos de uma vida que ficou amplamente marcada pelo percurso português durante o conflito e que, por causa deste e das suas escolhas, assim como os desígnios portugueses que elegeram Sidónio Pais, foi obrigado ao exílio e à sua sobrevivência no mesmo... Este é um vislumbre do seu lado mais pessoal, que nos trás Luis Leote, neto do Contra-Almirante Leote do Rego.