Leandro José Rosado - laços de sangue no Front de Vermelles

A história de uma fotografia mostra como se recorda, ainda hoje, a relação fraternal entre os dois protagonistas. Um partiu para França. O outro ficou em Portugal.
Leandro José Rosado, soldado condutor nº 425, partiu há quase um século para França, para participar na Grande Guerra. Para trás ficou a história, vários documentos e uma fotografia, todos na posse do familiar, Paulo Rosado. Filho de Domingos Rosado e Violante de Jesus, era em 1915 um homem solteiro, trabalhador, órfão de pai e morador em Gafanhoeira, Arraiolos, distrito de Évora. Foi recrutado em 29 de Julho, pertencendo ao contingente do Distrito de Évora. Estava pronto da instrução de recruta a 4 de Junho de 1916, passando então a fazer parte do quadro permanente. Poucos dias depois, a 24 de Junho, prestava exame do curso de instrução elementar, provando estar habilitado a ler, escrever e contar, o que era essencial a um soldado condutor.
Leandro José será incluído no contingente do Corpo Expedicionário Português e embarcará para a Frente Ocidental a 20 de Abril de 1917, fazendo parte do 4º Grupo de Baterias de Artilharia (4º G.B.A.). Em 1 de Novembro de 1917 concluiria a sua formação na Escola de Morteiros e Metralhadoras. Durante o ano de 1918, deverá ter estado em Vermelles, o que se deduz pelo surgimento de uma fotografia familiar do irmão do combatente, Dimas José Rosado, que foi enviada a Leandro José e recepcionada em França. Refere o verso da mesma: "Offereço ao meu mano Leandro esta minha fotografia como prova de recordação e da amizade. Dimas José Rosado". Ali se escreveu ainda: "Front em Vermelles 6 de Setembro de 1918. França". 
Foi louvado pelo zelo, dedicação e coragem durante o seu serviço. Terá tomado parte das operações de guerra que se realizaram desde La Bassée, em França, até à ocupação do Escalda, já no sector de La Tournai, na Bélgica. Acompanhava então o 4º G.B.A., o qual se encontrava, durante essa fase final do conflito, adstrito à 59ª Divisão Britânica, como refere a sua documentação, reunida por Paulo Rosado, seu sobrinho-bisneto. Posteriormente ao Armistício regressou a Portugal em 19 de Maio de 1919, sendo licenciado mas sendo colocado na reserva do Regimento de Artilharia nº 1. Só completaria toda a sua obrigação, recebendo a baixa de serviço definitiva em 31 de Dezembro de 1944.
Terá casado com Rosa Guedelha, matrimónio esse que não teve filhos, sendo que, na memória familiar, sempre se guardou a história de que tinha diversos problemas respiratórios, sempre referenciados como provável consequência da sua participação no conflito.

Informação Adicional

Autor - Relator
Margarida Portela
Testemunha - Contador
Paulo Rosado

Intervenientes

 

Nome
Dimas José Rosado
Cargo
Proprietário
Nome
Leandro José Rosado
Cargo
Soldado condutor

Teatros de Guerra

 

Teatros de Guerra
França

Mais informações

 

Região
França
Local
Vermelles
Data do início da história
1915
Data do fim da história
1919

Direitos e Divulgação

 

Entidade detentora de direitos
Instituto de Historia Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova Lisboa – Portugal
Tipo de direitos
Todos os direitos reservados
Link para acesso externo
http://portugal1914.org/portal/pt/memorias-da-i-guerra/historias/item/6626-lacos-de-sangue-no-front-de-vermelles

Objectos Relacionados

Fotografia de Dimas recebida por Leandro José Rosado, seu irmão, no Front

Boletim dactilografado de Leandro José Rosado, soldado condutor

Boletim Individual de Leandro José Rosado

Folha de Matrícula de Leandro José Rosado, soldado condutor no C.E.P.

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