Victor Neto recorda-se bem de Joaquim Neto. Contudo, também sabe que o mesmo nunca falou nada sobre o seu percurso na Grande Guerra. Com uma fotografia de Joaquim nas mãos, entre outros objectos e fotografias que transportava, pertencentes a outros combatentes, Victor Neto dirigiu-se à Assembleia da República aos Dias da Memória. Gostaria de saber um pouco mais sobre a vida destes homens. E, em relação a Joaquim Neto o pedido era especial... Afinal e contas, Joaquim era o seu avô.

Nos Dias da Memória chegou até nós, através das visitas de muitos contribuintes e familiares à Assembleia da República, material do mais diverso, dos objectos aos documentos, dos livros aos documentos e impressões dos cenários de guerra. Entre os mais diversos contributos, Victor Neto trouxe-nos os desenhos do padrinho da sua esposa, Porfírio Hipólito Azevedo da Fonseca, o qual conheceu mas do qual pouco nos sabe contar. Esse é o próximo passo, descobrir quem foi este combatente, foco da memória que tentaremos resgatar. 

Diogo Ferreira trouxe aos Dias da Memória uma fotografia que lhe foi concedida, há muitos anos, pela familiar de João Francisco Pereira, o soldado retratado. Agora, chegou a hora de deixar a mesma sair da gaveta, recordando-nos de mais um rosto português na Primeira Guerra Mundial.

Rui Pedro de Almeida Soares visitou os Dias da Memória na Assembleia da República, e com ele trouxe objectos familiares e memórias de outros tempos. Resgatámos a figura de Luiz Marques Pinto, soldado do Corpo Expedicionário Português, da unidade denominada Corpo de Artilharia Pesada, conhecida igualmente como CAP. A sua viagem, ainda tão desconhecida, e as suas memórias, trazemo-las agora aqui. Para que assim nos possamos recordarmos de mais um ilustre desconhecido português.

Joaquim Diogo Correia nunca esqueceria a sua participação na Grande Guerra. Combatente português na Frente Ocidental, não seria apenas mais um soldado, a combater uma guerra incompreensivel. Joaquim passaria pelo cativeiro de guerra, sentiria a suprema incerteza e angústia, temeria pela sua integridade e duvidaria do seu regresso. Esta é a história de Joaquim Diogo Correia, trazida a nós pela sua neta, Ana Maria Paiva Morão, no contexto dos Dias da Memória. E que histórias mais teremos nós para contar, recordando combatentes e vidas como as do seu avô.

No âmbito da iniciativa “Dias da Memória”, e com a parceria entre IHC e a Câmara Municipal de Cascais, o Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Cascais apresenta alguma da sua documentação inédita, relacionada com a temática da Grande Guerra. 

Jaime Cortesão mencionou-o nas suas memórias. António Joaquim Frausto seria fortemente gaseado durante a Grande Guerra. Como ele, muitos outros trouxeram do Front as mazelas dos gases. Sua neta, Ana Maria Paiva Morão, recorda agora o seu avô materno, um desses homens, que trariam consigo as marcas físicas e emocionais de um conflito que seria posteriormente conhecido como a Primeira Guerra Mundial.

Nos Dias da Memória a Assembleia da República e o Instituto de História Contemporânea não receberam apenas contribuições particulares e familiares. Também as instituições quiseram marcar presença num evento inédito em Portugal. Assim sucedeu com a Liga dos Combatentes, que através do Dr. Ricardo Varandas, em representação do Sr. Presidente da Liga dos Combatentes, General Joaquim Chito Rodrigues, fez chegar até nós 34 cadernetas de combatentes portugueses da Grande Guerram, que estiveram presentes nos teatros de operações africano e francês. 

António Braz entrou para o Exército com 16 anos como voluntário. Antes do eclodir da Primeira Grande Guerra, esteve em Moçambique, sob as ordens de Mouzinho de Albuquerque, e em Angola. Depois de 1914 passou também pela Flandres. Foi feito prisioneiro na batalha de Las Lys.