Tomás Wylie Fernandes foi um capitão de artilharia português que desempenhou importantes funções durante a primeira guerra e esteve presente em momentos chave do conflito. Foi um dos representantes portugueses nas negociações da entrada de Portugal na guerra e parte integrante da delegação portuguesa na Conferência de Versalhes. Para lá disso privou com figuras de destaque, como João Chagas, Norton de Matos e o general inglês Barnardiston. O contributo da sua história e memórias que nos foram trazidas pelo seu neto, o embaixador Manuel Tomás Fernandes Pereira, é precioso para a reconstituição de uma guerra que, também para Portugal, se passou em gabinetes e requereu muita diplomacia, ajudando-nos a reconstituir a guerra para lá das trincheiras.

No âmbito da iniciativa “Dias da Memória”, Oliveira de Azeméis disponibiliza actas com referências à Grande Guerra.

Parte da tripulação que rumaria a Brest para transportar soldados do Corpo Expedicionário Português, Alberto d´Assumpção é aqui retratado pelo seu próprio bisneto, colega e colaborador do site Portugal 1914, que nos conta a história de como este e outros homens, pertencentes à Marinha Mercante portuguesa, tiveram a possibilidade de ver ainda mais de perto a Guerra, o grande conflito, que afectou a Europa, e para a qual Portugal contribuiu, enviando homens e participando nas acções ao lado dos Aliados. Por vezes trabalhamos memórias de quem não conhecemos. Outras, pertencem ao nosso próprio passado, à nossa memória... E estão assim, bem mais perto de nós. 

Durante a Primeira Guerra Mundial o jovem José Alagoinha partiu para França, para cumprir o seu dever. Agora, passados quase 100 anos, o seu bisneto, que com ele conviveu, e do qual se recorda ainda muito bem, deseja relembrar a sua história e memória, contando-nos um pouco da sua história, que ilustramos com objectos sobernos, de um diário a um copo de 1900 em chumbo.

O que podia ser um documento qualquer, rabiscado, com um título curto, chamado «biografia», revela-se o testemunho de um não combatente que perdeu um irmão querido na guerra. Zacarias Guerreiro, que por ter perdido uma vista não foi à Grande Guerra, acabaria por ver um dos seus irmãos feito prisioneiro e outro perecer na Batalha de La Lys.

A sobrinha de Eduardo da Fonseca Guerreiro, ainda viva e com mais de 90 anos, preservou por anos a memória de um tio que nunca conheceu, assim como centenas de postais que o mesmo combatente enviava de França a sua mãe, durante a Grande Guerra. Malogradamente, Eduardo viria a falecer em 9 de Abril de 1918. Contudo, a sua memória perdura através das suas palavras, reflexo de um amor entre mãe e filho que ainda hoje ecoa no tempo.

Sousa Lopes. Oficial artista

Pintor e desenhador português, Adriano de Sousa Lopes partiu para o Front, encarregue do registo iconográfico da acção do Corpo Expedicionário Português. A sua obra é única em Portugal.