EÇA, António Júlio da Costa Pereira de

Pereira d'Eça foi governador-geral e comandante das forças expedicionárias em Angola, em 1915, tendo reorganizado as linhas de defesa nos vales do rio Cunene e Cubango, os depósitos de víveres e material militar e melhorado os transportes.
Nasceu em Lisboa a 31 de Março de 1852, filho de Francisco de Paula Pereira d’Eça e de Maria da Conceição da Costa d’Eça. A 22 de Julho de 1869 assentou praça no Batalhão de Caçadores n.º 1 e a 15 de Abril de 1874 foi promovido a alferes. A 27 de Dezembro de 1876, depois de concluídos os cursos de Artilharia e da Escola Politécnica, foi promovido a segundo-tenente e colocado no Regimento de Artilharia n.º 1, onde a 13 de Janeiro de 1879 viria a ser promovido a primeiro-tenente. A 31 de Outubro de 1884 passou a capitão e foi prestar serviço nos Regimentos de Artilharia n.º 2 e n.º 4. Entre 24 de Abril e 23 de Outubro de 1885 desempenhou o cargo de diretor da Escola Regimental do Regimento de Artilharia n.º 4. A 16 de Dezembro de 1890, integrado numa força expedicionária como comandante da artilharia de guarnição, partiu para uma missão a Moçambique a bordo do vapor Malange, voltando a Lisboa a 1 de Janeiro de 1892. A 2 de Novembro de 1893 foi nomeado para fazer parte de uma comissão científica destinada a estudar e propor as alterações que melhorassem a eficácia das bocas de fogo das baterias de defesa marítima, os novos processos de telemetria, iluminação, balizagem e instrução para execução de tiro. A 30 de Outubro do ano seguinte foi requisitado pelo Ministério da Marinha e Ultramar para uma nova missão a África que o levaria até Porto Amélia, Moçambique, regressando a Lisboa em Outubro de 1895. A partir de Janeiro de 1896 passou a servir nos Regimentos de Artilharia n.º 5 e n.º 4 e a 4 de Março seguinte, por indicação de Mouzinho de Albuquerque, foi nomeado governador do distrito de Lourenço Marques, onde desembarcou a 3 de Junho do mesmo ano. Nessa qualidade participou nos combates do Mapulanguene em 1897. A 30 de Junho daquele ano foi exonerado do cargo e a partir de 3 de Julho passou a servir no distrito de Gaza como adjunto da coluna de operações, regressando a Lisboa a 30 de Julho de 1898. A 25 de Agosto de 1903, foi colocado no Ministério da Marinha e Ultramar e a 19 de Setembro encontrava-se em Cabo Verde como chefe do Estado-Maior do Quartel-general da província. Em Fevereiro foi promovido a tenente-coronel e foi nomeado para integrar a comissão científica responsável por elaborar os diplomas legislativos e outros projetos relativos a um plano de geral de construção de obras públicas, saneamento básico e infraestruturas das diversas povoações e renovação dos postos alfandegários e compilação de diplomas de lei relativos à concessão de terrenos. A sua ação alargou-se ao ensino público e profissional, ao código administrativo e à reorganização dos serviços de fiscalização e defesa das águas territoriais daquele arquipélago. A 30 de Abril de 1908, encontrava-se em Lisboa quando, a seu pedido, foi exonerado do cargo de chefe do Estado-Maior da província. Em Agosto seguinte foi promovido a coronel, momento em que comandou o Regimento de Artilharia n.º 5, tendo um papel importante na reorganização da escola de recrutas. Ao serviço do novo regime político, a República, prestou-lhe relevantes serviços, tendo em 1912, numa das incursões de Paiva Couceiro no norte do país na tentativa de restaurar a monarquia, assumido o comando militar de Viana do Castelo e impedido o avanço dos movimentos revoltosos. O seu carácter “austero e disciplinador” colocado na defesa da República pesaria na sua promoção a general que ocorreu a 8 de Março de 1913. A 31 de Julho deste mesmo ano foi nomeado diretor do Arsenal do Exército. A 28 de Julho de 1914, quando eclodiu a I Guerra Mundial, desempenhava a função de ministro da guerra do 6º governo chefiado por Bernardino Machado. É nessa condição que, em resposta à intimidação de 10 de Outubro dirigida pela Grã-Bretanha ao governo português evocando a antiga aliança, decidiu enviar uma missão a Londres. Contudo, divergências com o governo por não concordar com o processo de intervenção de Portugal no conflito, deixa as suas funções para continuar o percurso militar. Em Fevereiro de 1915, com a ameaça das incursões alemãs no sul de Angola, foi nomeado, pelo governo do general Pimenta de Castro, governador-geral e comandante das forças expedicionárias, substituindo o general Norton de Matos. Começou por reorganizar as linhas de defesa nos vales do rio Cunene e Cubango, os depósitos de víveres e material militar e melhorou os transportes. Criou o comando militar de Cassinga que atribuiu ao major Reis e Silva e realizou diversas ações de reconhecimento com a cooperação das forças da União Africana sob o comando do general Luís Bota. A 7 de Junho participou na coluna militar comandada pelo coronel Veríssimo de Sousa, a 12 de Agosto na ocupação do Cuanhama e a 17 na ação de Môngua. Regressou a Lisboa a 29 de Setembro de 1915, sendo nomeado comandante da 1ª Divisão por Decreto de 16 de Novembro do mesmo ano e faleceu dois anos depois. Morreu em Lisboa a 6 de Novembro de 1917.

Informação Adicional

  • Ano de nascimento: 1852
  • Ano de morte: 1917
  • Cargo: Ministro da Guerra, comandante militar em Angola
  • Área profissional: Oficial do Exército
  • Título: A reoorganização das linhas de defesa nos vales do rio Cunene e Cubango,
  • Novidade: 1899/12/30 00:00:00.000
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