MAGNO, David José Gonçalves

David Magno combateu em França, deixando uma participação de alguma polémica no CEP. Deixou algumas obras literárias sobre a sua experiência de guerra.
Nasceu em Lamego a 17 de Agosto de 1877. Seguiu carreira militar, sendo promovido a alferes em 22 de Dezembro de 1906. Começou por se distinguir em Angola, ao conseguir avançar para o interior e impor a presença portuguesa na região dos Dembos Orientais. Combateu depois em França, durante a Primeira Guerra Mundial, onde foi condecorado com a cruz de guerra e a cruz de Cristo com palma. A sua acção no CEP não foi, contudo, consensual nem isenta de polémica, levando-o a pedir julgamento pelas acusações de que foi alvo. Acabou por ser absolvido e confirmar a relevância dos seus serviços. Já no período de Ditadura Militar, e no contexto da revolta de 3 de Fevereiro de 1927, foi deportado para o Sul de Angola, passando pelos Açores e Guiné. Mais tarde foi reintegrado, sendo promovido a Major mas a 14 de Março de 1932 optou por passar à situação de reserva. Paralelamente à sua carreira militar exerceu intensa actividade literária, sendo autor de diversas obras, algumas das quais escritas com base na sua experiência de guerra, para além de ter sido membro da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, da Revista Militar e da Comissão de História Militar.

Informação Adicional

  • Ano de nascimento: 1877
  • Ano de morte: 1957
  • Área profissional: Oficial do Exército e escritor
  • Título: Um oficial polémico
  • Novidade: 1899/12/30 00:00:00.000
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Comentários (1)

  • O capitão David Magno foi (é) um exemplo magnífico de comandante e homem de carácter (como a sua vida, pós guerra, veio a demonstrar). A polémica sobre a sua acção no 9 de Abril foi provocada pelo então capitão Bento Roma que na qualidade de comandante de companhia nunca pôs o pé nas trincheiras! Nos jornais de então foi dado como morto no combate de 9 de Abril afirmando alguns que a última vez que foi visto "abria cabeças de boche à coronhada". Dois meses depois, via Cruz Vermelha, aparecia como prisioneiro contando uma história fantástica de que só ele e os seus cúmplices deram testemunho. Bento Roma sempre invejou David Magno que mais não fosse porque este já vinha aureolado de combatente exímio em Angola e era no BI 13 (Vila Real) o comandante de companhia com mais tempo de trincheira. Bateu a "má" porta. David Magno, que foi o primeiro oficial a ser condecorado em França por feitos em 9 de Abril, ao ver-se torpemente acusado de incumprimento exigiu ser julgado em Tribunal de Guerra o que veio a acontecer e onde ficou claro o seu valor e, mais ainda, a nobreza do seu carácter. Pena foi que o então ministro do exércitode não tenha terminado com a carreira de Bento Roma dada a indignidade do seu comportamento. Bem ao contrário ainda conseguiu ser condecorado pelo combate que não travou ! Misérias (que são muitas) da 1ª GG. O processo julgado no Tribunal Militar Territorial do Porto com julgamento iniciado em 3 de Outubro de 1922 está disponível (digitalizado) no Arquivo Histórico do Estado Maior do Exército. Trata-se de um documento que não deixa dúvidas sobre as motivações de Bento Roma e da sua falta de carácter.

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