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Lembrança de Emílio José de Menezes Vasconcelos, combatente na Grande Guerra

Emílio nasceu em 7 de Agosto de 1898, em Lisboa. Filho de Arnaldo de Carvalho de Menezes Vasconcelos, de profissão jornalista e de Elvira dos Anjos Rodrigues, doméstica. Frequentou o ensino primário em Lisboa, tendo abandonado os estudos aos 14 anos, começando a trabalhar como auxiliar de comércio, ajudando no sustento da casa, uma vez que era o filho mais velho e o pai tinha falecido.
Desconhece-se a data de embarque para França, pressupondo-se que tenha acontecido em meados de 1917, ainda com 18 anos de idade. Após o regresso de França, em 1918, voltou a trabalhar como empregado de comércio em Lisboa.
Não há memória de que tenha relatado a sua experiência e participação na 1ª Guerra. A única situação que relatava foi o facto de, ao regressar de França, ter constatado que a mãe havia vendido a mobília do seu quarto, para fazer face a dificuldades financeiras, uma vez que pensava que o filho morria e não regressaria. É provável que essa mágoa e a necessidade de prover no sustento da família o tenham levado a partir para África.
Em 1919, embarcou para S. Tomé com duas cartas de recomendação, uma para exercer profissão na agricultura, outra para o comércio. Optou pela vida agrícola trabalhando como “guarda-livros” numa roça de cacau. Em 1925 por motivo de doença grave (não há registo de qual doença) regressa a Portugal. Restabelecida a saúde, volta para África em 1926, desta vez para Moçambique aonde se dedica à agricultura, como encarregado, numa propriedade agrícola com o nome nativo de “Namapuiza”, em Angoche (António Enes), no distrito de Nampula, ao norte de Moçambique.
Casou por procuração, em 30 de Março de 1930 com Maria Fausta Carreira Tomás, que conhecera no Jardim da Estrela em Lisboa. Deste casamento teve três filhos, Arnaldo, Lígia e João Emílio, todos nascidos no Hospital de Angoche, Moçambique.
Em 1947 começa a trabalhar por conta própria na propriedade agrícola, “Boavista”, em Angoche, que entretanto adquiriu.Enviuvou em 20 de Abril de 1960. Casou novamente em 1967 com Arminda Rego Lino no regime de separação de bens e sem descendência.
Em 1975 a propriedade “Boavista” e a casa onde ali vivia foram saqueadas e completamente destruídas. No entanto, recusou sair e regressar a Portugal, reiniciando trabalhos de reconstrução, os quais não chegou a terminar, falecendo em 2 de Agosto de 1975, após a independência de Moçambique.
Dos seus relatos de vida consta uma entrevista à Delegação do “Diário de Moçambique” em Nampula, em 20 de Abril de 1956, onde descreve a vida naquela colónia, desde que ali chegou em 1926, até aquele momento, com pormenores interessantes, elucidativos de uma época.

Informação Adicional

Autor - Relator
Natividade Monteiro e Margarida Portela
Testemunha - Contador
Isabel Maria de Lemos Menezes Vasconcelos

Intervenientes

 

Nome
Emílio José de Menezes Vasconcelos
Cargo
Soldado

Teatros de Guerra

 

Teatros de Guerra
França

Mais informações

 

Data do início da história
1917
Data do fim da história
1919

Direitos e Divulgação

 

Entidade detentora de direitos
Instituto de Historia Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova Lisboa – Portugal
Tipo de direitos
Todos os direitos reservados
Link para acesso externo
http://www.portugal1914.org/portal/pt/memorias/historias/item/7258-lembranca-de-emilio-jose-de-menezes-vasconcelos-combatente-na-grande-guerra

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