Faleceu com mais de 90 anos mas, embora tenha estado em França, nunca falou na guerra em que participou, e na qual se deixou fotografar com os seus camaradas. Hoje, Maria Teresa Pissarra trás-nos o pouco que sabemos deste combatente. Pouco pelo silêncio a que muitos se votaram depois de virem de uma guerra que os marcaria emocionalmente até ao fim dos seus dias.

Cesário Francisco partiu há quase 100 anos para territórios longínquos, em terras de França. Terras que nunca pensou vir a conhecer e para as quais foi levado por causa da maldita guerra. António José da Conceição Silva e Lima, que todos conheciam por TóZé, partiu em 2012 para não mais regressar, rumo ao desconhecido que a todos nos espera, no fim da linha. E se Cesário retornou duas vezes, uma em 1918 e uma pela mão de TóZé, este retorna agora pela nossa mão, para nos recordar a história de outro combatente, menos moderno, que esteve envolvido em outras lutas, diferentes das suas. 

Joaquim Inácio do Pereiro fez o seu recrutamento e foi mobilizado para a Frente Africana, corria o ano de 1914. Depois destas campanhas, fez parte dos expedicionários de áfrica que seriam incorporados no CEP, partindo para França em 1917. Esta é a história que a sua neta Maria Marcela. Quando seu avô faleceu, tinha apenas 11 anos. Assim mesmo, trouxe-nos esta história, honrando a vida de Joaquim e o seu percurso,  durante o conflito que viria a ser conhecido como a Grande Guerra. 

Da sua história poucos sabem. Como muitos combatentes, o percurso de João Malheiro de Sousa e Menezes na Grande Guerra, continua ainda hoje desconhecido. Contudo, o seu neto procurou saber mais… E assim contamos algumas memórias e informações sobre este combatente, presente na Batalha de La Lys.   

Esta é uma história vinda de África, do continente tantas vezes esquecido, que é o continente africano, onde alemães e portugueses se encontraram, onde se defrontaram quando nem se falava ainda da presença portuguesa na Grande Guerra. É a história de José Joaquim Fernandes, pai de Manuel Fernandes, e da sua estadia em Angola, naqueles tempos em que Portugal se encontrava numa não – beligerância beligerante, em que se temia a perda das possessões coloniais para esses perigosos europeus, que anos depois seriam cognominados de boche.