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Liga dos Combatentes da Grande Guerra

Organizada em 1921, a Liga dos Combatentes da Grande Guerra destinava-se a auxiliar as vítimas da I Guerra Mundial, desde aos antigos militares, às viúvas e órfãos.
A origem dos movimentos de veteranos em Portugal resulta da participação militar na Grande Guerra de 1914-1918. Com efeito, esta contenda despoletou, nos vários países envolvidos, uma ampla discussão do estatuto e enquadramento social do antigo combatente. Para dar resposta às múltiplas necessidades de um grupo de vítimas físicas e psicológicas, não só combatentes, como respectivos familiares, e na continuidade da acção de algumas organizações criadas ainda durante a intervenção militar, como a Junta Patriótica do Norte, apareceu, em 1921, a Liga dos Combatentes da Grande Guerra, claramente tardia no contexto europeu. Na acta da primeira reunião oficial, encontram-se delineados os objectivos que pautaram a sua fundação: "Em Abril de mil novecentos e vinte e um, e em razão das injustiças feitas aos que na Grande Guerra combateram, especialmente aos mutilados e estropiados, e ainda devido ao desprezo a que eram votados pelos poderes constituídos, os quais não só tomavam na devida conta, mas até propositadamente esqueciam as justas reclamações de muitos, que após haverem cumprido o seu dever, conjuntamente com o juramento que antes haviam feito de darem o seu sangue pela Pátria" com o intuito "de não só pugnarem pelos seus interesses, e de suas famílias, valendo-se de si próprios, mas ainda de erguerem o nome do nosso país lá fora." O primeiro esforço para a criação da Liga foi feito no ano de 1919, renovado em 1921 com maior número de apoiantes, até que em 1923 numa reunião magna saíram os primeiros corpos directivos, sendo oficializada a 29 de Janeiro de 1924, com o nome de Liga dos Combatentes da Grande Guerra, propondo-se os estatutos, submetidos a posterior apreciação. No entanto, só em 1929 é aprovado o seu estandarte e autorizada a sua utilização em actos oficiais. A sede da Liga era provisoriamente nos escritórios de Faria Afonso na Rua de S. Paulo em Lisboa, sendo, depois da oficialização, concedido um espaço na Direcção de Arma da Aeronáutica e mais tarde na Rua João Pereira da Rosa, edifício cedido pela Cruzada das Mulheres Portuguesas. À semelhança das suas congéneres estrangeiras, definiu juridicamente os seus objectivos e âmbito de acção, cuja natureza é muito diversificada, centrando-se em "promover a exaltação do amor à Pátria e a divulgação, especialmente entre os jovens, do significado dos símbolos nacionais, bem como a defesa intransigente dos valores morais e históricos de Portugal; aviventar o prestígio do país, designadamente através de acções de intercâmbio com associações congéneres estrangeiras; promover a protecção e auxílio mútuo e a defesa dos legítimos interesses espirituais, morais e materiais dos sócios; cooperar com os órgãos de soberania e da Administração Pública com vista à realização dos seus objectivos, nomeadamente no que respeita à adopção de medidas de assistência a situações de carência económica dos associados e de recompensa daqueles a quem a Pátria deva distinguir por actos ou feitos relevantes praticados ao seu serviço; criar, manter e desenvolver departamentos ou estabelecimentos de ensino, cultura, trabalho e solidariedade social em benefício geral do País e directo dos seus associados."
Data
29.0- 1.0- 1924.0
Tipo de instituição
Memória
Localidade
Lisboa
Morada
Rua de S. Paulo/ Rua João Pereira da Rosa

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